A efemeridade é uma das principais características das sociedades atuais.
O tempo social é consumido com demasiada velocidade.
Tudo nasce e envelhece com rapidez.
Da música ao fato.
Da arte à informação.
Nada é feito para durar.
O brinquedo perde a fantasia quando deixa as prateleiras e chega as mãos da criança.
Até mesmo os sentimentos tornaram-se descartáveis.
As atrocidades da guerra transmitidas em tempo real contorcem as mentes por instantes até se adequarem a paisagem anestesiada desafiando a sensibilidade humana de absorver tamanha intensidade.
Morre aos poucos a cultura.
A história é contada e esquecida na mesma velocidade.
A efemeridade das coisas e dos seres, dos fatos e dos sentimentos haverão de tornar a existência humana um breve esquecimento.
Tempos modernos.
Já não se mede as profundidades, basta tocar as superfícies.
Não há tempo para entender as essências, as aparências bastam para o agora.
Haverá um tempo em que a humanidade irá abdicar até mesmo do pensamento, deixando que as máquinas pensem pelos homens.
As civilizações haverão de deixar de existir como tempo e história.
A efemeridade será não mais somente uma característica, mas a própria essência.
Restará apenas as máquinas, agora pensantes, moldando o futuro.