NENHUM REI É PARA SEMPRE.
Por tantas vezes Alexandre franziu o canto dos olhos num sorriso após o final de mais uma batalha vencida.
Em outras tantas batalhas o sorriso do orgulho lhe estampou a face antes mesmo da vitória.
Alexandre, o homem, o mito.
Quase metade do mundo o pertenceu.
O apogeu sobre nações inteiras.
Ouro e prata.
Exércitos, generais e soldados.
Por tantas vezes a solidão etílica do sono da desconfiança que habita o trono do poder foi sua mais fiel companhia.
Os círculos do poder ecoam glórias, perdas e traições.
Cicatrizes invisíveis silenciadas diante de escolhas difíceis.
As mesmas mãos que lhe levaram ao topo o trouxeram ao chão com a frieza dos que contam mortos ao final da guerra.
A mesma história reeditada todos os dias.
A vida é como os sonhos que ascendem e descem.
Mais tarde, surgirão muitos outros Alexandres erguendo suas conquistas sobre escombros de antigos triunfos para mais uma vez sucumbirem ao abandono.
O amor e a indiferença caminham de mãos dadas.
Toda glória é efêmera na roda gigante do universo de ascensão e queda.
Nenhum rei é para sempre.
@walterli.lima, Colunista do Blog do professor Gil.