PARALAXE
Avisinha-se o fim de mais um ano e cá estou desabotoando minhas velhas botinas, contemplando o mistério das estrelas no céu.
Um pouco mais cansado, talvez, na certeza de que o tempo passou.
De certo, mais leve, sem fugas de mim mesmo,
sem rancores que pesam no peito feito pedras no rio,
sem a espada das mágoas perfurando o coração.
A gente vive sempre a eterna necessidade de reinventar-se.
Paralaxe, as coisas nunca são como imaginamos ser.
O natal nunca é o mesmo à medida em que se vão os que amamos.
Uma lembrança desbotada na mente.
Uma cadeira vazia.
Passageiros.
Meros habitantes de uma estrela chamada Terra a anos-luz das luas de Saturno onde pousam os guardiões do universo enquanto contamos histórias do ano que passou .